domingo, 11 de janeiro de 2009

boas letras :D

“ A vida boémia”

"Queridos amigos
Estamos aqui reunidos
Para nos despedirmos
Aqui jaz
Ninguém lhe deu valor
A falecida filha mais velha
Da Terra Mãe
Nestas noites
Em que o nascimento celebramos
Naquela pequena cidade de Belém
Os copos erguemos
Podem acreditar
À vida boémia!
Nos dias de inspiração
Faltar às aulas
Marcar posição
Dar voz à expressão
À comunicação
Remar contra a maré
Estar a enlouquecer
O tino perder
Amar a tensão, cagar na pensão
Em mais do que uma dimensão
Chamar a atenção
Odiar a convenção
Odiar a pretensão
Para já não falar
Não façam confusões
Dos queridos papás
Conseguir odiar
A bicla montar
Pelos de fatinho passar
Aos homossexuais
Abaixo os não absolutos
Viva o Absolut
Poder abortar
Os Village Voice escutar
Não aos fogos-fátuos
Sermos nós
Para variar
Em vez de a eles
Nos assemelhar
A vida boémia !!!
Viva a cerveja tradicional
Da cervejaria local
Viva o ioga
Viva o iogurte
Viva o arroz, feijão
E o queijo com odor
Viva o cabedal
Viva o vibrador
Viva o caril de vindaloo
Viva os ovos revueltos
E a Maya Angelou
Emoção, devoção
Que provocam comoção
Viva a criação
As férias de verão
Viva a masturbação
Viva a compaixão
Muito fashion querer ser
Viva a paixão
Se acabada de nascer
Viva o Sontag
Viva o Sondheim
Viva qualquer tabu
Viva o Ginsberg, viva o Dylan
Viva o Cunningham e o Cage
Viva o Lenny Bruce
E o Langston Hughes
Viva o Teatro
Viva o Uta
E o Buda
E o Pablo Neruda também
Por que a Dorothy e o Toto
O arco-íris passaram
E na tia Em marimbaram
A vida boémia !!
Bissexuais, trissexuais
Homo sapiens
Os cancerígenos
Os alucinogénicos
O Pee Wee Herman
O vinho alemão, a aguarrás
A Gertrude Stein
Viva o Antonioni, o Bertolucci
A Kurosawa
Viva a Carmina Burana
Viva a apatia, entropia
Viva a empatia
Viva o ecstasy
Viva a Vaclav Havel
Viva os Sex Pistols
Viva o 8BC !
Abaixo a vergonha
Com o “Fame” nunca alinhar
Viva a marijuana
Viva a sodomia
É comigo e com Deus
Viva o sadomasoquismo
A vida boémia !!
Dançar !
Não é um modo da vida ganhar
Masoquismo, muita dor, perfeição
Contracção muscular
Quiropratas, carreiras breves, descargas intestinais
Filme !
Aventura, tédio
Sem família, lugares chatos
Salas escuras
Rostos perfeitos, egocêntricos, dinheiro
Hollywood e corrupção
Música !
Alimento do amor
Emoção
Matemática, isolamento, ritmo, poder
Harmonia, sentir e forte competição
Anarquia !
Justiça e revolução
Pela solução gritar, a mudança forçar
Viver em perigo e arriscar
Barulho fazer e tudo contestar
Panascas, fufas, lésbicas
E transsexuais também
A mim !
A ti !
A mim, a ti e a ti, também !
A gente viva, gente mais que viva
Gente que quer viver
Que pela doença não se deixa morrer
Aquele que nuca pecou
Que venha a primeira pedra lançar
A vida boémia !!
Quem novas ideias não acreditar
Alguém de fora quer ficar ?
Alguém vivo que do sexo precisar
Os obstáculos deve derrubar
Não somos todos iguais
O oposto da guerra não é a paz
É criar !
A vida boémia !!
Viva a vida boémia !!!"
(traduzido do filme "Rent" )

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Conforto

Traz-me de volta aquele conforto
Faz-me voltar a acreditar
Encosta-te a mim
E faz-me sonhar

Leva-me daqui
Ensina-me a voar
Mostra-me as cores
E deixa-me encantar

Canta-me ao ouvido
Palavras de embalar
Deixa-me dormir
Já me sinto a sonhar

Já estou a ver as cores
E não estou a desanimar
Estás a meu lado
E os meus olhos a beijar

Sonha comigo
Não te deixes desencantar
Somos só nós os dois
E uma vida para amar…

domingo, 4 de janeiro de 2009

Música e Letra

Pegas numa folha de papel destinado a revelar os segredos que correm nas entrelinhas da tua alma.
Agarras numa caneta como se da própria vida se tratasse.
Decides por fim escrever a tua vida, as tuas lamentações e libertares-te de todas as palavras estagnadas que estão a apertar-te a garganta.
Um desejo oculto teima em desenrolar-se para mostrar a sua verdadeira face e revelar os secretos contornos da vida inerente ao sentimento poderoso da emoção.
As palavras começam a fluir como a água que corre no rio, a caneta é a água responsável pelo ciclo desse rio que corre dentro das tuas veias, o rio de palavras e certezas que se vão desenrolando e mostrando o seu verdadeiro valor.
Agora já não tens controlo na caneta, ela tomou a posse da tua mão, e inconscientemente vai transportando uma simples confissão numa libertação de pensamentos esquivos mas que o papel conseguiu captar na sua trama.
As palavras ganham o seu sentido eterno e como se por magia, sentes o corpo a relaxar e toda a energia negativa a abandonar-te.
És agora um meio de transporte entre as palavras e as emoções, a tua voz é o filme dos teus sonhos e a tua escrita e o guião.
Como numa música, vais escrevendo a letra, o sentimento importante que descreve a tua essência e mostra a personalidade dos sonhos de que és feito.
Tens a música na alma, a letra nas mãos, a tua voz encontras-te e não consegues parar de escrever, ninguém te irá conseguir parar.
Apenas tu tens as armas para transcrever o sentimento da vida que buscas alcançar na sua plena felicidade.
Cantas ao mesmo tempo que escreves, pois a melodia encontraste, já de nada precisas, continuas a escrever e cada vez mais revelas os pedaços que formam a tua alma.
Não te precisas de esconder, o medo já passou, não eras capaz de dizer, mas o sonho revelou-se e já acabou o medo, aqui estás tu, a deixar a luz brilhar, encontras-te quem és, não te irás esconder.
Os novelos desapareceram, o que resta são os sonhos e as alegrias dos caminhos descobertos, percorres neles e vais descobrindo caras amigas que te aplaudem à medida que a canção corre, não precisas de voltar atrás, nem de olhar para trás, vês o brilho ao longe da melodia conjunta que ouves sempre dentro da tua alma.
Percorres o labirinto com a alegria na alma e a felicidade no coração, a luz tornou-se mais brilhante e no seu brilhar reparas numa forma que se está a libertar.
Continuas a cantar e a canção transforma-se num dueto.
Paras de escrever, já não necessitas, a letra está acabada. A tua vida está realizada, sentes-te único e único és.
Sabes a tua música.
Ao pousares a caneta lembras-te da forma que viste na tua luz, lembras-te que a música era um dueto.
Começas a cantar a tua linda música e no momento certo apareço eu.

sábado, 3 de janeiro de 2009

História de encantar

-“Vou só comer uma bolacha! “- diz ela com o olhar fugidio, sabendo que aqueles instantes de ida e volta serão os últimos em que terá questões de incerteza.
O seu passo é apressado pois não quer que as palavras dele sequem.
A bolacha não é verdadeira, ou melhor, é meramente representativa dos seus medos, que por tantos anos ela desejou acabar, mas que agora teme serem maiores do que os sonhos que terá por viver.
Anda rápido, mas cada passo tem o peso da eternidade, simples segundos têm a força de anos, anos que passou na solidão e que teimam em não a deixar.
A “bolacha” passa a ser um suspiro que traz com ele todas as memórias agora arquivadas na sua mente.
Ela preparasse para voltar e ouvir bem atenta todas as palavras mágicas que irá ouvir.
Chega à divisão e basta um olhar, aquele olhar, que lhe diz que está tudo bem, que nada precisa temer.
-“Já comes-te a bolacha? “- pergunta ele sem saber que essa “bolacha” é a própria vida dela, que foi devorada com todos os seus medos e passados.
É então que começa a conversa.
As palavras vão fluindo como se de um livro se tratasse, um belo romance, uma linda história de amor.
As palavras banais quase sem sentido para o ouvido desatento, apenas dizem aquilo que o coração grita com toda a força.
Ela ouve-o com atenção, sem sequer pestanejar, pois a sua vida vê nos olhos dele.
Cada brilho é uma história contada que ela sorri e que juntos vivem.
Ele vai falando, sabendo que as suas palavras são ouvidas pelo coração.
As palavras cessam e os corpos exprimem-se.
Juntos dão as mãos e partem à procura do futuro próximo.
Os seus medos são esquecidos e as suas alegrias revividas.
Como numa história de encantar, vivem felizes para sempre.
Vivem sonhos felizes e sonham dias de encantar.
Escusado será dizer que nunca mais comeram “bolachas”…

boas letras ;D

Brandi Carlile

"The story"

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you
Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks
Yeah you do and
I was made for you

You see the smile that's on my mouth
Is hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess
No, they don't know who I really am
And they don't know what I've been through like you do
And I was made for you...

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

As contradições de um objecto

"Era uma vez um objecto que como qualquer outro objecto cumpria à risca a sua sina de ser a medida exacta da intensidade do poder que o possuía.
Acontece que uma vez o poder saiu de casa apressado e deixou o objecto sozinho e o objecto ao fim de uma breve mas profunda reflexão decidui abandonar o poder que o detinha, para assim deixar de ser objecto.
Mal chegou à rua o objecto viu-se rodeado de contradições violentíssimas e após uma fuga desesperada o objecto foi agarrado por um poder desconhecido que o mantém cativo desde então.
Esta história significa que as diferentes formas de poder devem acautelar os seus objectos se não podem deixar de possuí-los."

(in "Histórias e morais" - autor desconhecido)

Quero viver

Quero voltar a abrir os olhos
E ver este mundo pela primeira vez
Quero ser inocente
E ingénua outra vez
Quero sorrir apenas porque quero
E ser feliz sem fazer perguntas
Quero conhecer tudo de novo
E sentir que ainda tenho muito por viver
Quero viver sem nada temer
Quero viver, apenas viver…