segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sufoco

É o sufoco do novelo que me envolve
Os fios apertam cada vez mais
E as palavras passam sem que as saiba ouvir
Não consigo reconhecer as cores
Tudo é vazio
E mais uma vez sinto a força do novelo
Entrelaça-me com as razões
Sem que me mostre onde está o seu fim
Sussurra-me aos ouvidos
As verdades dos adjectivos
Mas eu apenas ouço contradições
e mais uma vez sinto o repuxar
levando-me cada vez mais para o fundo
o fundo dos sonhos e dos pesadelos
tento libertar-me
e fecho os olhos lembrando-me das alegrias
ouço a melodia mesmo sem cantar
e consigo reparar nos pequenos fios do novelo
que me dizem para acordar
e sorrir
sorrir porque alguém está à minha espera
à espera da ajuda para livrar do seu novelo
então sorrio porque não estou isolada
como que puxada por uma força maior
começo a cantar
a melodia é a certa
e o novelo desenrola-se
e começo a respirar
deixo de chorar
e esta vida começo a ganhar…

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