espaço destinado à revelação das cores cósmicas da vida inerente ao ser humano...confuso ? talvez não...basta abrir os olhos e acordar para a realidade...tudo é um sonho de cores :)
sábado, 3 de abril de 2010
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Duía - Da Weasel
A noite era calma
a chuva era intensa
uma fartazana
mas isso é sem ofensa
só eu e ela
naquele fartote
amor prazer e eu mostrava o meu forte
com muita calma,com muito amor
ela na minha alma
e eu gritando por favor
Nunca me deixes
preciso de ti
o amor é uma loucura e tu precisas de mim
em qualquer altura em qualquer lugar
sinto a tua presença
até no meu olhar.
Meu amor
minha dor
meu prazer
meu terror
razão de toda a fé e descrença no criador
tarde de verão
noite de inverno
brisa de paraiso
ou chama de inferno
és como 2 em 1
versão concentrada
para minha razão angustiada serenata
sempre ao meu lado sempre
longe de mim
sempre mais que suficiente,
sempre assim,assim...
Agora embora tudo passou
ela endoideceu
e logo me largou
sem preconceito
andar à deriva
eu andava
só
e não tinha mais saida
Agora meu irmão
pensa um bocado
como passarias
se estivesses neste caso
entre duas paredes
num lugar estreito
é como querer nadar sem ter o braço
direito
a chuva era intensa
uma fartazana
mas isso é sem ofensa
só eu e ela
naquele fartote
amor prazer e eu mostrava o meu forte
com muita calma,com muito amor
ela na minha alma
e eu gritando por favor
Nunca me deixes
preciso de ti
o amor é uma loucura e tu precisas de mim
em qualquer altura em qualquer lugar
sinto a tua presença
até no meu olhar.
Meu amor
minha dor
meu prazer
meu terror
razão de toda a fé e descrença no criador
tarde de verão
noite de inverno
brisa de paraiso
ou chama de inferno
és como 2 em 1
versão concentrada
para minha razão angustiada serenata
sempre ao meu lado sempre
longe de mim
sempre mais que suficiente,
sempre assim,assim...
Agora embora tudo passou
ela endoideceu
e logo me largou
sem preconceito
andar à deriva
eu andava
só
e não tinha mais saida
Agora meu irmão
pensa um bocado
como passarias
se estivesses neste caso
entre duas paredes
num lugar estreito
é como querer nadar sem ter o braço
direito
Música portuguesa forever
A lei que obriga as rádios a passar mais música portuguesa alterou por completo o nosso panorama radiofónico: hoje em dia ouve-se mais música em inglês.
Muito bem, talvez seja exagero. Mas não andará muito longe da verdade. A lei não obriga as rádios a passar uma determinada quota de música boa, até porque a qualidade da música depende de um critério subjectivo. O problema é que a nacionalidade da música também parece difícil de determinar objectivamente. Uma música tocada com instrumentos estrangeiros, cantada em língua estrangeira e produzida em estúdios estrangeiros por produtores estrangeiros pode ser portuguesa, e uma música cantada pela Nelly Furtado em português (supondo que a língua que Nelly Furtado fala quando pensa que está a falar português é, de facto, português) pode ser estrangeira.
Vamos supor que a Madonna é acometida de uma virose esquisita e resolve gravar um vira do Minho em português. Pode acontecer. É um sonho que tenho há muito: de repente, uma boa quantidade de artistas anglo-saxónicos decide que a língua inglesa é um bocado foleira e que as músicas ficam com muito mais pinta se forem cantadas em português. Pois bem, eis um facto chocante: o vira da Madonna não será considerado música portuguesa, por muito que ela esganice a voz, raspe no reco-reco e malhe nos ferrinhos. Por outro lado, a Ana Malhoa pode cantar o «Like a Prayer» da Madonna numa espécie de inglês - e canta, que eu já ouvi com estes que a terra há-de comer. Como é óbvio, a terra, se fosse minha amiga, tinha-os comido antes de esta infeliz ocorrência se ter verificado. O que me preocupa é que o «Like a Prayer» da Ana Malhoa, além de contar como música, o que já é estranho, conta como música portuguesa.
Espero não ser mal interpretado: não tenho nada contra a música portuguesa que é cantada em língua estrangeira. Mas tenho dificuldade em distingui-la da música estrangeira. Sobretudo, acho que se podia variar. Se a lei permite que a música portuguesa não seja, digamos, portuguesa, julgo que se podia arriscar um pouco mais. Por exemplo, compor uma boa música, palpitante de novidade, numa língua morta. «Discipulae rosas donant magistrae, nomine Iuliae». Dava um grande tema. Quanto mais não seja porque, se não estou em erro, anda para ali um ablativo. Alguém componha uma rockalhada em latim, se querem ver o que é bom. O genitivo nem tanto, mas o ablativo anima mesmo uma festa.
'Novas Crónicas da Boca do Inferno'
Ricardo Araújo Pereira
Muito bem, talvez seja exagero. Mas não andará muito longe da verdade. A lei não obriga as rádios a passar uma determinada quota de música boa, até porque a qualidade da música depende de um critério subjectivo. O problema é que a nacionalidade da música também parece difícil de determinar objectivamente. Uma música tocada com instrumentos estrangeiros, cantada em língua estrangeira e produzida em estúdios estrangeiros por produtores estrangeiros pode ser portuguesa, e uma música cantada pela Nelly Furtado em português (supondo que a língua que Nelly Furtado fala quando pensa que está a falar português é, de facto, português) pode ser estrangeira.
Vamos supor que a Madonna é acometida de uma virose esquisita e resolve gravar um vira do Minho em português. Pode acontecer. É um sonho que tenho há muito: de repente, uma boa quantidade de artistas anglo-saxónicos decide que a língua inglesa é um bocado foleira e que as músicas ficam com muito mais pinta se forem cantadas em português. Pois bem, eis um facto chocante: o vira da Madonna não será considerado música portuguesa, por muito que ela esganice a voz, raspe no reco-reco e malhe nos ferrinhos. Por outro lado, a Ana Malhoa pode cantar o «Like a Prayer» da Madonna numa espécie de inglês - e canta, que eu já ouvi com estes que a terra há-de comer. Como é óbvio, a terra, se fosse minha amiga, tinha-os comido antes de esta infeliz ocorrência se ter verificado. O que me preocupa é que o «Like a Prayer» da Ana Malhoa, além de contar como música, o que já é estranho, conta como música portuguesa.
Espero não ser mal interpretado: não tenho nada contra a música portuguesa que é cantada em língua estrangeira. Mas tenho dificuldade em distingui-la da música estrangeira. Sobretudo, acho que se podia variar. Se a lei permite que a música portuguesa não seja, digamos, portuguesa, julgo que se podia arriscar um pouco mais. Por exemplo, compor uma boa música, palpitante de novidade, numa língua morta. «Discipulae rosas donant magistrae, nomine Iuliae». Dava um grande tema. Quanto mais não seja porque, se não estou em erro, anda para ali um ablativo. Alguém componha uma rockalhada em latim, se querem ver o que é bom. O genitivo nem tanto, mas o ablativo anima mesmo uma festa.
'Novas Crónicas da Boca do Inferno'
Ricardo Araújo Pereira
quarta-feira, 31 de março de 2010
No meu tempo não era assim
Quando este texto for publicado, o leitor já terá visto várias vezes o vídeo em que uma aluna da escola Carolina Michaelis dá início a um motim porque a professora de Francês teve a ousadia de lhe confiscar o telemóvel. (Se não viu o filme, digo-lhe que impressiona. Sobretudo porque, enquanto a generalidade dos cidadãos é assaltada na rua, a esta senhora o gangue apareceu-lhe no local de trabalho.) Também calculo que já terá tido oportunidade de ouvir várias pessoas a garantirem-lhe que isto, no tempo delas, não era assim. Eu nunca perco uma oportunidade de me juntar a um coro de moralistas (que, normalmente, têm uma afinação irrepreensível), e por isso estou aqui para dizer o mesmo: isto, no meu tempo, não era assim. Era pior. Sobretudo porque não havia telemóveis. Privados da possibilidade de filmar os seus actos de indisciplina, os alunos do meu tempo tinham muita mais em tomar consciência da sua própria idiotia. O filme da escola Carolina Michaelis tem essa virtude: mostra a idiotice em toda a sua nudez. Um regalo para os meus olhos, que aprecio muito idiotice – e nudez ainda mais. Acredito sinceramente que, depois de verem a figura que fizeram, tanto a protagonista do filme como o magnífico cineasta que captou a acção, lançando a todo o passo estupendas indicações de cena, não voltarão a comportar-se assim. No meu tempo, teríamos continuado. Um alarve que toma consciência de ser alarve insiste na alarvidade? Não creio. E, se um alarve cair no meio de uma floresta e não estiver lá ninguém para ouvir, faz barulho? Julgo que sim, e confesso que até espero que se aleije com alguma gravidade na queda. A verdade é que, se há coisa que nunca muda em toda a história da humanidade, é esta: os adolescentes são parvos em todo o lado. Todos os senhores respeitáveis já foram, numa altura ou noutra, adolescentes parvos. Jorge de Sena começa um livro autobiográfico dando conta da «indisciplina ruidosa» que eram as suas aulas de Filosofia. Que, notem, decorreram no tempo dele. Tempo esse que é bem anterior ao tempo dos que agora dizem que no seu tempo isto não era assim. Está baralhado com isto dos tempos? Siga para o próximo parágrafo, que é já o penúltimo.
É por isso que a culpa do que sucedeu na escola Carolina Michaelis, a ser de alguém, é da professora. Ser professor de liceu é das actividades mais insolentemente arrogantes a que alguém se pode dedicar: trata-se de pretender ensinar coisas a quem já sabe tudo. Eu, pelo menos, sabia tudo aos 15 anos. A própria Carolina Michaelis, que era tão boa senhora, sabia com certeza muito mais aos 15 anos do que quando foi ensinar para a Universidade de Coimbra. Toda a gente sabe tudo aos 15 anos. Só com o passar do tempo se vai descobrindo, com razoável sobressalto, que não se sabe quase nada. Mas há duas ou três pessoas que nunca aprendem o seguinte: o tempo delas, apesar de contar com a sua inestimável presença, não é especial em nada. No meu tempo, aliás, toda a gente sabia isso.
Nota: Não conheço bem as recentes propostas do Ministério da Educação e por isso não sei se, actualmente, posso prenunciar-me acerca de um professor sem o avaliar. Aqui fica, então, a minha avaliação da professora de Francês da escola Carolina Michaelis, baseando-me apenas nas imagens do vídeo: Resistência: 17. Capacidade de sofrimento: 19. Equilíbrio: 16. Persistência: 18.
'Novas crónicas da boca do inferno'
Ricardo Araújo Pereira
É por isso que a culpa do que sucedeu na escola Carolina Michaelis, a ser de alguém, é da professora. Ser professor de liceu é das actividades mais insolentemente arrogantes a que alguém se pode dedicar: trata-se de pretender ensinar coisas a quem já sabe tudo. Eu, pelo menos, sabia tudo aos 15 anos. A própria Carolina Michaelis, que era tão boa senhora, sabia com certeza muito mais aos 15 anos do que quando foi ensinar para a Universidade de Coimbra. Toda a gente sabe tudo aos 15 anos. Só com o passar do tempo se vai descobrindo, com razoável sobressalto, que não se sabe quase nada. Mas há duas ou três pessoas que nunca aprendem o seguinte: o tempo delas, apesar de contar com a sua inestimável presença, não é especial em nada. No meu tempo, aliás, toda a gente sabia isso.
Nota: Não conheço bem as recentes propostas do Ministério da Educação e por isso não sei se, actualmente, posso prenunciar-me acerca de um professor sem o avaliar. Aqui fica, então, a minha avaliação da professora de Francês da escola Carolina Michaelis, baseando-me apenas nas imagens do vídeo: Resistência: 17. Capacidade de sofrimento: 19. Equilíbrio: 16. Persistência: 18.
'Novas crónicas da boca do inferno'
Ricardo Araújo Pereira
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Tudo partido social-democrata
Não sendo analista político, tenho dificuldade em compreender a razão pela qual o PSD tem tão pouca vocação para fazer oposição ao Governo quando tem tanta habilidade para fazer oposição a si mesmo. Lá talento para litigar têm eles, mas gostam mais de o exercitar uns com os outros do que com o PS. Ao PS, aliás, o PSD tem pouco a apontar. Basicamente, Sócrates está a fazer tudo mais ou menos como eles acham que deve ser feito. Nada disto é estranho, apesar de tudo. Ninguém duvida de que o PSD tenha um plano para salvar Portugal, mesmo que aparentemente não tenha um plano para se salvar. Toda a gente percebe que o PSD é mais difícil de governar do que o país. Proporcionalmente, o PSD tem mais gente com ambições políticas do que o país, mas barões do que o país, e mais Albertos Joões Jardins do que o país. É óbvio que se trata de um partido ingovernável. Até porque as ambições políticas dos seus membros são sazonais: curiosamente, só se manifestam quando o PSD está no poder. Além disso, num partido normal, mesmo que os militantes tenham perspectivas diferentes sobre tudo o retso, pelo menos entendem-se quanto à ideologia. No PSD, que é um partido que se caracteriza por não ter ideologia nenhuma, a harmonia é rara e difícil. Veja-se o que sucede agora: o António Capucho não concorda com o Luís Filipe Menezes; o Luís Filipe Menezes não concorda com o Rui Rio; o Rui Rio não concorda com o Pacheco Pereira; e o Pacheco Pereira não concorda com ninguém. O caso complica-se quando constatamos que Luís Filipe Menezes, na ânsia de agradar a toda a gente, diz com frequência uma coisa e o seu exacto inverso, o que faz com, muitas vezes, o presidente do PSD nem consigo mesmo concorde. E o trágico é que há quem diga que esta é a sua melhor qualidade. Faz sentido: Luís Filipe Menezes não é uma alternativa a José Sócrates. É várias. Menezes tem opiniões para todos os gostos. Há propostas capazes de agradar a todos os sectores da sociedade portuguesa, e ainda a alguns sectores de certas sociedades estrangeiras. As únicas pessoas a quem Menezes não consegue agradar, por mais que tente, são os militantes do PSD. O grande problema parece ser, portanto, este: Luís Filipe Menezes é tão popular dentro do PSD como Sócrates no país. Talvez seja por isso que Menezes aparece sempre tão mal classificado nas sondagens: se calhar, a Universidade Católica anda a recolher opiniões na Rua de São Caetano à Lapa.
'Novas Crónicas da boca do Inferno'
Ricardo Araújo Pereira
'Novas Crónicas da boca do Inferno'
Ricardo Araújo Pereira
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