quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Deserto

Imaginei-me dentro dum deserto, com quatro paredes forradas com água do vento.
Percorri aquele deserto em busca das pegadas perdidas de alguém amigo.
Mergulhei nas suas areias em vão para procurar o fundo do profundo azul.
Mas as areias não pararam, assim como os medos que não me largam, que me puxam para o fundo do abismo.
Como uma cria perdida à procura da sua progenitora, corri pelas areias daquele deserto para encontrar a porta que me guiasse para fora dos pensamentos negros.
Agora presa nestes pensamentos, senti-me a afundar com os novelos a apertarem-me e a tirarem-me a respiração.
Penso agora em ti…
Os novelos ganham cor e vejo as suas pontas, basta puxar e eles como que por magia desaparecem.
A areia começa a desvanecer, as paredes a afastarem-se e as pegadas tornam-se visíveis.
Sigo então o caminho e vejo uma sombra no final que ganha as suas cores.
Os ventos carregam-me nos seus ombros e eu não sinto nada a não ser a leve brisa do seu olhar.
Chego a ele, fecho os olhos, ele dá-me a mão e o deserto acaba, transformando-se no paraíso dos requintes deleites.

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